Ela sabia que ia sentir
falta dele... Falta de assistir o seu romance preferido em um dia de
chuva, das piadas sem graça no meio da noite, do apartamento
bagunçado que tinha acabado de deixar pra trás, do sorriso bonito,
dos olhos azuis, do abraço apertado e acolhedor, do beijo, do
cabelo, do jeito, do corpo, da voz, do cheiro, da pele, das mãos, de
tudo. Mas mesmo assim tinha que ir embora. Porque era o certo a se
fazer. Mesmo que agora o seu coração dissesse que não, mesmo que
agora nem com enorme esforço ela estivesse conseguindo segurar as
lágrimas, ela sabia que era o certo a se fazer, sabia que não ia se
arrepender depois. Ele era só mais uma hitória, a mais bonita de
todas, mas só mais uma. Ela era como um robô programado para
histórias curtas. É, um robô que precisa ser amado, mas não
suporta isso por muito tempo. Talvez fosse a certeza de que o
machucaria ainda mais se continuasse ali que a tivesse mostrado que
era hora de partir, ou então talvez fosse apenas a programação
robótica que tinha sido feita com seu coração. Ou talvez ainda o
simples medo, a insegurança de ser amada, porque isso era algo
realmente estranho para ela. Não importa, porque agora ela tinha
voltado ao ponto inicial. Ela estava sozinha de novo, a espera de um
novo amor que fosse analgésico para todas essas dores, que a fizesse
esquecer que um dia tinha estado naquele lugar, que um dia aquelas
lágrimas tinham escorrido dos seus olhos.
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